O Espelho de Borges
Em uma jaula de vidro
repousa um homem
que não vê,
mas é visto.
O observam
as coisas inanimadas,
as trevas
a os móbiles
de onde pendem
transluminosas
palavras.
O trem
envolto na bruma azul
do calendário
confunde-se com o homem,
seu sono de mármore,
seu hálito.
Confunde-se com o homem
até a palavra em negro
Fevereiro
o musgo dos números
a pedra dos domingos
em vermelho.
Confunde-se com o homem
tudo o que não vê,
mas o cerca,
o que de fora da moldura
respira e observa.
(Micheliny Verunschk, in: Geografia Íntima do Deserto, Landy, 2003)
4 comentários:
Cara Micheliny, aprecio muito seus poemas e gostaria de adquirir seu livro "Geografia Íntima do Deserto", do qual tenho ouvido falar muito bem. Até o título é fantástico...
Por favor, me diga como faço, ok?
Abs.,
Sidnei
(olivio@ibilce.unesp.br)
muito, muito, muito bom! :)
despertou uma vontade em mim de ler mais.
Abraços,
Andréa
Também gostaria de saber como adquirir seu livro "Geografia íntima do deserto". Diga-se como adquiro: edezilton@hotmail.com
Adorei. Vou citar lá no meu blog e indicar o seu tá? Vim aqui a partir do Wilson...
Abs do Lúcio Jr.
Postar um comentário