Sala
Na sala do dentista
o crânio
de riso aberto
tudo observa,
lua amarela,
absorta
no real.
Eu,
debaixo de uma língua
inexistente.
Eu,
dissolução.
A anestesia,
a hemorragia
controlada em algodões.
O Outro.
A polpa
de sangue
da fruta sobre o prato,
um santo degolado,
envolto em cetim
branco.
Eu,
uma palavra
engasgada
envolta em gaze.
O Outro
entre instrumentos
mais próprios à poesia.
O Outro
rindo de mim,
máscara inquebrável.
2 comentários:
Tortura, né? Nunca gostei de dentista... (rs)
Beijos
gostei bastante desse livro, Micheliny. parabéns!
bjs
G
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