22 agosto, 2009
Sobre ciberfeminismo
O contágio quente da febre do milênio funde retrô com futuro, catapultando corpos com órgãos na tecno-utopia... Onde o código dita o prazer e satisfaz o desejo. Aplicativos pretensiosos adornam minha garganta. Eu sou as cadeias de binários. Eu sou puro artifício. Apenas leia minhas memórias. Carregue-me em sua imaginação pornográfica. Escreva-me. A identidade explode em formas múltiplas e infiltra o sistema pela raiz. Partes inomináveis não íntegras causam curto-circuito nos programas de reconhecimento de código atirando agentes de vigilância no hiperespaço, o qual cospe milhões de bits de dados corruptos, enquanto estes são tomados por ataques de pânico esquizofrênicos e viajam no terror. E o que o novo milênio tem a oferecer às massas imundas sem modem? Água fresca onipresente? A simulação tem seus limites (...) Estamos beirando o insano e os vândalos estão bombando. Estenda meu fenótipo, criança, me dê um pouco daquela java-magia negra que você sempre alardeia. (Eu vou arreganhar meu modem). Os extropianos estavam errados, existem algumas coisas que você não pode transcender. O prazer está na desmaterialização. A delegação do desejo. Nós somos o acidente perverso que caiu no seu sistema enquanto você estava dormindo. E quando acordar iremos exterminar suas ilusões digitais, sequestrando o seu software impecável. Seus dedos sondam minha rede neural. A sensação latejante nas pontas dos seus dedos são minhas sinapses respondendo ao seu toque. Não é química, é eletricidade. Pare de me acariciar.
(trecho do Bitch Mutant Manifesto,VNS MATRIX, 1996)
imagem: em Fineart America
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
caralhoooooooooooo!!!!!!
q texto foda!!!
me diz ond encontro esse manifestado manifesto!!
Postar um comentário