26 abril, 2008

a morte lhe cai bem



Ainda existe vida inteligente na tv. Foi o que senti ao assistir Pushing Daisies, nova série da Warner. Com um roteiro bem temperado com humor negro, romance, uma fotografia sensacional, que lembra a maquiagem kitshie que os americanos fazem em seus mortos, e um elenco afinado, a série toca com leveza num dos grandes tabus ocidentais, a morte.

A trama gira em torno de Ned que, quando garoto, descobriu que tinha o poder de ressuscitar quem acabara de morrer. Mas como a vida não é fácil e toda benção traz em si um potencial de maldição, ele descobre que para cada ressuscitamento há uma nova morte e mais, nunca poderá tocar naquele a quem deu a vida sob a pena de que a pessoa morra, dessa vez para sempre. Assim é que Ned traz de volta Chuck, sua namorada de infância, e com ela passa a viver um amor inviável .

Mais Tim Burton, impossível.

Eu fui fisgada pelo tema ainda criança, quando a globo exibiu um filme da Disney chamado Child of Glass, não lembro o título em português, no qual o fantasma de uma menina chamada Inês pedia ajuda a outras crianças para desvendar seu assassinato. O filme fez o terror de muita criança da minha geração, mas tratava da morte com certa delicadeza e, digamos, quase sem sustos. Para quem quiser rever está disponível no Youtube, em inglês.



E claro, como falei nele, não poderia deixar de fora O Estranho
Mundo de Jack
, do mestre Burton.



Para tempos em que morte, sexo e tudo o mais vira espetáculo, Pushing Daisies, O Estranho Mundo de Jack e Child of Glass nos ensinam a pensar sobre esses temas de um outro modo. Um modo que, embora fantástico, nos lembra que somos humanos, sensíveis e que uma pitada de delicadeza nunca é demais para assuntos que tanto mobilizam.

Um comentário:

Jorge Elias disse...

Olá Micheliny,

Lí seu texto no Cronopios.
Passei para visitá-la.
Iniciei recentemente meu blog de poemas e gostaria e convidá-la para uma visita e, quem sabe, apreciar uma moqueca capixaba.

Abraços,

Jorge Elias