15 outubro, 2007
Sobre Alberto da Cunha Melo
Faleceu sábado, um dos maiores poetas do Brasil na atualidade. O pernambucano Alberto da Cunha Melo.
Tem um texto meu em sobre essa partida em Cronópios.
E hoje, foi publicado no Jornal do Commercio, em Pernambuco, esse poema que fiz em sua homenagem:
Um canto para Alberto
São de chumbo os dias
que se seguem à morte de um poeta.
São de asas gris
línguas partidas
e águas amareladas
os pássaros
que anunciam a morte de um poeta.
Feitos de letras
e outros estanhos
os poemas que cantam a morte de um poeta
não têm música.
Só o poeta paira,
brisa de outubro.
Só o poeta voa,
pétala.
Só o poeta poema,
música
música
e ainda uma vez
música.
Para quem não sabe, o Canto dos Emigrantes, que o Cordel do Fogo Encantado gravou em seu último cd, Transfiguração,é do Alberto:
Canto dos Emigrantes
Com seus pássaros
ou a lembrança de seus pássaros,
com seus filhos
ou a lembrança de seus filhos,
com seu povo
ou a lembrança de seu povo,
todos emigram.
De uma quadra a outra
do tempo,
de uma praia a outra
do Atlântico,
de uma serra a outra
das cordilheiras,
todos emigram.
Para o corpo de Berenice
ou o coração de Wall Street,
para o último templo
ou a primeira dose de tóxico,
para dentro de si
ou para todos, para sempre
todos emigram.
Para saber mais sobre ele, acessem Plataforma para a Poesia.
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2 comentários:
Micheliny, lindos versos sobre Alberto da Cunha Melo...Lamentável perda. Ficamos com a Poesia, imortal. Ficamos com estas coisas que nos redimem na vida,coisas como Ergonomia: o grande trabalho é do Amor / sem bronzes, sem assinaturas, / no ar do espaço, na hora do tempo / pólen de Deus nas criaturas / ...
Grande perda mesmo, Júlio.
Abs!
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