18 setembro, 2007

Reforma ortográfica: e agora, José?


Em 2008, supostamente, entra em vigor a reforma ortográfica que tem, entre seus objetivos principais unificar 230 milhões de falantes da língua mais inculta e bela que todas, segundo o entusiasmo de Olavo Bilac.

Esplendor para alguns, sepultura para a maioria, a língua portuguesa unificada serve a propósitos políticos em primeiro lugar. Atualmente,os documentos internacionais são redigidos em duas versões, uma em português do Brasil e outra em português de Portugal, visto que ambas as grafias, esquizofrenicamente, são oficiais.

Um outro propósito seria aproximar a comunidade lusófona. Quem sabe se removendo as traves e (pequenos) entraves ortográficos nos aproximemos mais, nos envolvamos mais com a literatura e a cultura em geral desses povos irmãos de língua.

Mas há resistências. Portugal resiste (e talvez,por isso ela demore ainda um pouco a ser implantada) as editoras resistem e nós mesmos estranhamos que logo mais o trema não exista, que idéia não mais seja acentuado e que herbanáceo e afins percam o h. Resistimos também. No entanto, considerando que estamos a tratar de uma língua (deliciosamente) viva creio que não devemos temer. Que venha a reforma. Que ela seja capaz de simplificar a língua, de aproximar os povos. Outras já aconteceram. De outro modo estaríamos a accentuar e graphar as palavras como ensina o meu exemplar de Os Sertões, de Euclydes da Cunha, de 1946, edição definitiva de accordo com as emendas deixadas pelo autor.

Enfim, que venha a reforma, apesar da preguiça, raiva e estranhamento que causa.

E você, querido amigo ou amiga, o que acha disso tudo?

[crédito: imagem capturada neste endereço]

3 comentários:

Anônimo disse...

oi, micheliny!
o pessoal leva esse négócio de ortografia muito a sério. parece até q mudaremos nossa forma de falar por causa de uns treminhas a menos.
é gozado (e triste) que, num país onde mais da metade da população é semi ou totalmente analfabeta, tenha gente se preocupando com ortografia.
beijos

Anônimo disse...

Por mim ficava tudo como está. Acho que simplificar é sempre bom, mas acho legal cada país com suas particularidades. Os livros do Saramago são todos com o português de Portugal, e por acaso alguém não consegue entender aquele singular português? A discussão é boa, mas há que se ter bom senso, né?

Paula Schuabb disse...

Eu não me importaria se o som do Z fosse escrito com Z ou o som do S escrito com S... Se a tal reforma viesse a simplificar o português, ficaria mais fácil para todos aprenderem!